Kathleen Norris descobriu através de sua experiência como conselheira, que os salmos oferecem um padrão útil para a expressão de raiva que a igreja muitas vezes tenta reprimir. "Aguente firme, sorria; o sofrimento o fortalecerá", dizem alguns conselheiros espirituais; contudo, não é isso o que dizem os salmistas. Eles manifestam as emoções de forma clara e audível, direcionando os sentimentos principalmente a Deus.
Philip Yancey conta que nos salmos aprendeu que tem o direito de levar a Deus qualquer tipo de sentimento que ele nutra. Ele diz: "Não preciso disfarçar meus fracassos nem tentar limpar minha podridão; é bem melhor levar essas fraquezas a Deus, pois somente Ele tem o poder de curá-las".
O salmo 51, demonstra que mesmo tendo cometido assassinato e adultério, Davi reconheceu seu pecado contra Deus e apesar de não ter nada para oferecer a Ele a não ser um espírito quebrantado e um coração contrito, foi exatamente essa confissão que o conduziu ao caminho da cura. Davi confessou seu pecado com lágrimas e tristeza, e esse salmo se tornou um manual público para a confissão de pecados de outros.
Observa-se que o simples fato de expressar sentimentos de confusão, confissão e dúvida permitem ao autor uma perspectiva melhor. Ele se lembra de tempos melhores, relembra orações respondidas no passado, reconhece favores que ele talvez não tenha notado. No final do salmo, ele passa para o louvor e ações de graça. Sente-se ouvido e purificado. O salmo, ou a oração, opera esse processo transformador. Ex.: salmo 71.
Segundo Yancey, os poetas hebreus demonstram nos salmos que tentam incluir Deus em todas as áreas da vida, levando a Ele cada sentimento experimentado nas atividades diárias. Não precisamos nos "vestir bem" e colocar máscaras para nos encontrar com Deus. Não há áreas proibidas; podemos confiar nossa realidade a Ele.
Harold Fickett, amigo de Yancey, diz que procura entrar na realidade transmitida pelos salmos e que eles lhe fornecem as palavras de que precisa e aquelas que às vezes quer dizer a Deus. Os salmos instruem sua alma no seu amor por Deus.
(Trechos extraídos do livro: A Bíblia que Jesus lia, de Philip Yancey, editora Vida, 2006)
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